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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Meu querido medo

Quando me dei conta estava sozinha, estava escuro, frio, vazio, eu estava ali no meio do nada e o medo veio e me envolveu em um abraço gélido e profundo, sentia vontade de correr mas minhas pernas paralisadas não respondiam aos meus comandos frenéticos e desesperados, quando pude me mover vaguei como um bicho  amedrontado por entre as arvores, os galhos cortavam meu rosto e eu chorei, procurei uma luz, mas como haveria luz em um lugar onde até a lua, por medo, se escondeu? Minha pupila se dilatava ao máximo para ver algo que parecia se esconder de mim, eu  perguntava "por que estou aqui?"  pude ouvir apenas uma resposta; o silêncio. Quando o cansaço tomou conta do meu corpo, trêmulo, sabe-se  lá se por causa do frio ou do medo, cai num frenesi de desespero, senti que a solidão me arrebatara  colocara me em seu colo onde  comecei a ninar, como uma criança. Ao acordar percebi que nunca poderia sair daquela escuridão, pois eu não estava nela, ela estava em mim, eu apenas tinha fechado os olhos e visto o que estava no interior dessa criatura triste. O medo, a dor e  a solidão, eles deviam sair, mas como? Eu não queria deixar para traz as lembranças. A dor é a unica prova que ele realmente passou por minha vida e a solidão me faz lembrar que já estive acompanhada, quero essa dor, pois não o quero esquecer, desejo o medo pois ele me faz refletir no que sou sem ele: nada, vazia, uma noite sem vida e escura. Meu desejo é que a janela nunca se abra que o sol nunca volte a iluminar, que o medo sempre permaneça trazendo a dor e o desespero da sua falta pois assim sempre terei a certeza de nunca te esquecer e de sempre e para sempre te amar.
                                                                  Para 13° edição do Na expressão

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